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quinta-feira, 31 de março de 2011

Portugueses limitam crescimento de cancro manipulando ambiente celular


Cientistas portugueses conseguiram travar o crescimento do cancro manipulando o ambiente que envolve as células cancerosas. O estudo publicado na revista Oncogene mostra pela primeira vez por que é que vários tipos de cancro bloqueiam a actividade do gene LRP1B. A descoberta pode abrir portas para novas terapias.

Os cientistas vão continuar a investigar novas substâncias que influenciam o crescimento do cancro

LRP1B não desaparece das células cancerosas, mas é como se o fizesse. Em 2010, uma equipa de Cambridge descobriu que o gene estava entre os dez genes mais bloqueados em 3312 cancros. “Verificámos que nos tumores da tiróide havia uma repressão significativa deste gene”, disse Hugo Prazeres ao PÚBLICO, primeiro autor do artigo, que trabalha no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto. O estudo foi liderado por Paula Soares.

A proteína é especialmente activa nas células da tiróide e do tecido nervoso, mas também aparece silenciada no cancro colo-rectal, do pulmão, da bexiga e noutros. Os cientistas descobriram que este bloqueio acontece de três formas. O gene pode ser mutado e não originar uma proteína normal, podem ligar-se pequenas moléculas que emaranham o ADN e impedem a maquinaria celular de iniciar a produção da proteína e o processo pode ainda ficar bloqueado depois de a maquinaria ter produzido o ARN – a molécula que codifica os aminoácidos que juntos formam a proteína.

Investigámos o que é que acontecia se introduzíssemos o gene funcional LRP1B em tumores, uma das coisas mais importantes foi a repressão da invasão”, disse o cientista. A equipa conseguiu travar o crescimento tanto em células in vitro como em modelos animais. O passo seguinte foi compreender qual a função desta proteína membranar. 

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