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quinta-feira, 31 de março de 2011

5% dos trabalhadores sexuais estão infectados com VIH


Cerca de cinco por cento dos trabalhadores sexuais - homens, mulheres ou transgéneros - e dos homens que têm sexo com outros homens em Portugal estão infectados com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), revelam dois estudos hoje apresentados.


Os estudos foram realizados no âmbito do projeto PREVIH: Infecção pelo VIH/Sida nos grupos de homens que têm sexo com homens e trabalhadores sexuais e foi apresentado na Conferência internacional sobre infeção pelo VIH entre grupos de difícil acesso, que decorre até terça-feira, no Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), em Lisboa. Sónia Dias, professora do IHMT, apresentou o primeiro estudo em que participaram 1.040 trabalhadores sexuais em Portugal (853 mulheres, 106 homens e 81 transgéneros). A investigação apurou que 51,9 por cento dos indivíduos com menos de 24 anos tiveram relações sexuais antes dos 15 anos e que 96,7 por cento elege o preservativo como forma de prevenir o contágio, com 60 por cento a indicar a abstinência sexual.
Uma larga maioria dos inquiridos revelou conhecimentos sobre os riscos de contágio do vírus, embora uma "grande quantidade" tenha indicado as picadas de insecto, o beijo, a tosse e o espirro como formas de infecção. O inquérito revelou ainda que 9,7 por cento das mulheres, 12,2 por cento dos homens e 11,4 por cento dos transgéneros teve relações forçadas no último ano. Uma esmagadora maioria (96,9 por cento) disse ter usado preservativo com o último parceiro, enquanto 18 por cento dos homens referiu não ter usado preservativo na última relação. Em relação à droga, o estudo identificou um consumo bastante elevado no último ano e no último mês, sendo que as mulheres revelam uma maior adição psicoactiva e de metadona e os homens um maior consumo de drogas ilícitas. Apesar de ressalvar que estes dados ainda têm de ser trabalhados, Sónia Dias revelou que o inquérito apurou que, pelo menos, cinco por cento dos trabalhadores sexuais estará infectado com VIH/sida.
Presente no encontro, Luís Mendão, do Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/Sida, disse ter ficado surpreendido com estas percentagens. Uma realidade que, frisou, tem de ser entendida para conduzir a melhores políticas de saúde pública. Outro estudo, com o mesmo número de participantes, revelou que alguns homens que têm sexo com homens elegem a picada de insecto, o beijo e a tosse ou espirro como modos de transmissão. Um quarto não considera ou tem dúvidas de que o sexo oral sem preservativo não é forma de transmissão.

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