Objectivos do blog

Este blog tem como principais objectivos:
- A sensibilização da população jovem para temas ligados à Promoção da Saúde;
- A divulgação do projecto que estamos a desenvolver, no âmbito de Área de Projecto.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Projecto Friso Cronológico

Caros visitantes,

Como prometido, este perído (o 3º e último) vai ser dedicado à concepção do friso cronológico sobre os avanços da Medicina nos séc. XX e XXI.
Aqui deixamos o projecto do mesmo, para que possam visualizar melhor do que estamos a falar.

Grupo 4

Genes egoístas podem revolucionar combate da malária

Há décadas que a malária é combatida por drogas que matam o Plasmodium ou através de tentativas de erradicação dos mosquitos que carregam este parasita. A engenharia genética começa agora a dar cartas. Um artigo publicado esta quinta-feira, na edição impressa da revista Nature, utiliza genes egoístas que aniquilam outros genes, como uma nova arma contra a doença que mata 800 mil crianças todos os anos.
 
Os genes egoístas não são uma invenção artificial. São complexos de genes que existem apenas em cromossomas de certos organismos unicelulares. Geram proteínas que atacam locais específicos da molécula de ADN do cromossoma homólogo, que não tem este genoma egoísta, e fazem com que esta cadeia se abra. 

Nunca ninguém tinha demonstrado que este parasita genético também funcionava em seres mais complexos. A equipa liderada por Andrea Crisantini, do Imperial College de Londres, provou esta possibilidade utilizando o Anopheles gambiae, uma das espécies que transmitem o parasita da malária.

“A nível molecular é uma ferramenta muito poderosa”, disse ao PÚBLICO a cientista Maria Mota, líder do grupo que faz investigação em malária no Instituto de Medicina Molecular, do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Segundo a cientista, será preciso agora tornar este sistema viável para um gene específico que trave o ciclo do parasita da malária e depois introduzir centenas de mosquitos na natureza. Teoricamente, “em 10 ou 20 gerações do mosquito” a substituição genética estaria integrada na população natural, numa região endémica.
Mas a investigadora portuguesa alerta para o optimismo destas descobertas. “Cada passo a seu tempo”, disse, explicando que é preciso encontrar um gene eficiente e é necessário verificar que o processo funcione na natureza.

A equipa produziu algumas populações geneticamente alteradas deste mosquito. Numa colocou um gene que produz a proteína GFP, que é fluorescente, e pode ser observada. E noutra população, colocou os genes egoístas. Neste caso, o sistema desenvolvido pelos cientistas fazia com que as proteínas fabricadas a partir dos genes egoístas cortassem o ADN no local dos genes da GFP. Deste modo, substituíam o gene da GFP pelos genes egoístas. 



“O próximo passo é conseguir romper genes que interfiram com o desenvolvimento do parasita, o comportamento do mosquito e a sua fertilidade”, explicou ao PÚBLICO Andrea Crisanti, que defende que estes resultados demonstram um grande potencial para o controlo de mosquitos que são transmissores de doenças.

Os cientistas juntaram depois as duas populações para se reproduzirem e verificaram que ao longo das gerações havia cada vez menos mosquitos a produzirem a proteína fluorescente e cada vez mais com os genes egoístas. Passado 12 gerações, 60 por cento da população de mosquitos já não produzia a proteína GFP. Se em vez do gene da proteína fluorescente, estivesse um gene essencial para a transmissão do parasita, os genes egoístas teriam apagado a capacidade do insecto ser um vector.
Quando a maquinaria da célula vai em socorro “coser” o cromossoma partido, utiliza a informação correcta do cromossoma intacto para copiar as letras do ADN e “coser” a molécula que foi cortada. Neste processo acaba por copiar os genes egoístas, que deste modo se reproduzem para o novo cromossoma.

Anti-inflamatórios reduzem eficácia de antidepressivos

Os medicamentos anti-inflamatórios, como a comum aspirina, reduzem a eficácia dos antidepressivos mais prescritos como o Prozac, segundo um estudo publicado nos Estados Unidos.
Estes resultados considerados "surpreendentes" podem justificar a razão de tantas pessoas tratadas com antidepressivos à base da substância activa fluoxetina não responderem ao tratamento, indicam os autores da investigação, publicada na revista da Academia Nacional das Ciências Americana.
Pesquisas conduzidas em ratos mostram que tratamentos simultâneos com antidepressivos e anti-inflamatórios tornavam os animais significativamente menos receptivos ao tratamento contra a depressão e ansiedade, em comparação com os medicados apenas com antidepressivos.
Paul Greengard e Jennifer Warner-Schmidt, do Centro de Investigação Fisher contra a doença de Alzheimer, da Universidade Rockefeller e co-autores deste trabalho, notaram que a eficácia da toma de apenas antidepressivos é de 54 por cento.
Quando esses medicamentos são tomados juntamente com anti-inflamatórios, a taxa de sucesso cai para cerca de 40 por cento, acrescentaram os investigadores.
"Os resultados desta pesquisa podem ter implicações importantes para o tratamento da depressão, dadas as altas taxas de resistência a estes fármacos", referiu Jennifer Warner-Schmidt.

Anti-inflamatórios reduzem eficácia de antidepressivos - Ciência - DN

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Idade de glóbulos vermelhos ligada a doenças cardiovasculares

Um grupo de investigadores portugueses concluiu que a idade dos glóbulos vermelhos está ligada ao risco de doenças cardiovasculares, descoberta que poderá contribuir para o desenvolvimento de tratamentos preventivos.
 
"Investigadores do Instituto de Medicina Molecular (IMM), em Lisboa, publicam esta semana na revista PLoS ONE um estudo que recorre às nanotecnologias para perceber a relação entre a idade dos glóbulos vermelhos (eritrócitos) e a tendência para a sua excessiva agregação, um factor de risco cardiovascular", revela o IMM num comunicado hoje divulgado.
 
A investigação sugere que "serão os glóbulos vermelhos jovens que mais contribuem para as doenças cardiovasculares associadas à excessiva agregação destas células do sangue". O estudo descreve especificamente a interacção entre o fibrinogénio, uma proteína do plasma sanguíneo, e os glóbulos vermelhos.
 
"O fibrinogénio é uma proteína de agregação que se pensa ser o principal responsável pela agregação de glóbulos vermelhos, e que pode desta forma dificultar a circulação sanguínea (caso exista em níveis elevados)", refere a nota do IMM.
No estudo, os investigadores descrevem detalhes moleculares que mostram que "o fibrinogénio se liga melhor a glóbulos vermelhos jovens, quando comparados com glóbulos menos jovens".

Cientistas portugueses estudam reprodução do vírus do Dengue e antecipam surtos na Europa

O risco de um surto de dengue fez despertar a Europa e os Estados Unidos para a importância da pesquisa nesta área, mas investigadores portugueses temem que o tratamento da doença não seja prioritário para a indústria farmacêutica.

Ivo Martins e Nuno Santos são investigadores do Instituto de Medicina Molecular (IMM), em Lisboa, e estão a conseguir progressos na compreensão do ciclo de vida dos vírus, abrindo caminho ao tratamento de doenças como dengue, febre-amarela ou vírus do Nilo Ocidental.

Usando como modelo o vírus do dengue, os investigadores da Unidade de Biomembranas do IMM, em parceria com a Unidade de Bioquímica-Física do mesmo Instituto e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desvendaram pormenores relativos à formação de novos vírus.

A ideia é perceber qual o mecanismo de produção de novos vírus para depois identificar as ferramentas mais úteis para interromper esse processo”, disse Nuno Santos.

Ivo Martins explicou que a investigação pretende “identificar como é que o vírus faz a montagem de novos vírus, estudando para isso a proteína C e a sua ligação a certos lípidos [gorduras] “.
É a partir desta descoberta que será possível criar um tratamento para as infecções por dengue, que, lembra Nuno Santos, já não estão confinadas às regiões tropicais.

Com o aquecimento global e uma maior movimentação de pessoas e bens, os mosquitos transmissores passaram a existir também na Europa, o que faz com que estejam reunidas as condições para um surto”, disse.

Não existe qualquer vacina ou tratamento para a infecção por vírus da dengue. Nuno Santos acredita que uma vacina será conseguida “numa escala temporal mais alargada” e que no caso do tratamento está mais perto “uma ferramenta promissora para ensaios clínicos”.

No entanto, estamos ainda bastante longe de medicamentos para o tratamento da dengue”, disse, adiantando que só o processo de compreensão do funcionamento do vírus pode demorar dois a três anos.

Os investigadores sublinham que os países do Hemisfério Norte têm dado pouca atenção à dengue e outras doenças tropicais porque não os afectavam directamente, ainda que o aumento do risco de surtos na Europa ou nos Estados Unidos tenham mudado “o paradigma de interesse” pela dengue.

Ivo Martins lembra um caso detectado de transmissão local no Verão de 2010 em Nice, França, para considerar que é preciso tomar medidas, e recorda a “decisão estratégica” da União Europeia de aumentar o financiamento para a investigação nesta área.

Mas, “mesmo com o crescer de importância no hemisfério norte, continua a não ter o mesmo grau de prioridade e impacto para a indústria farmacêutica que um tratamento para Alzheimer, sida, gripe ou doenças cardiovasculares”, ressalvou Nuno Santos.
O vírus da dengue é uma das principais causas de febre hemorrágica em todo o mundo, sendo que cerca de dois terços da população mundial vive em áreas onde o vírus é transmitido. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que entre 50 milhões a 100 milhões de pessoas são infectadas anualmente.